“RAIZ NEGRA DO QUE SOMOS” Foi o tema do Talk Show na FENADI VIRTUAL

 

 

Como parte da programação da Fenadi Virtual ocorreu o Talk-Show sobre “Raiz negra do que somos”. O evento, realizado no campus da Unijuí e transmitido pelo canal da Fenadi, contou com a presença da Embaixatriz do Centro Cultural Herdeiros de Zumbi Baluta Dilla Sané. De forma remota, a Integrante do Conselho Estadual das Populações Afrodescendentes de Santa Catarina Claudia Prado e a Integrante do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul Liliana Cardoso.
Quando falamos em cultura afro-brasileira é preciso destacar sobre a forma que ela foi trazida para o Brasil. A filha de Wilmar Costa da Rosa, antigo presidente da UETI e da Centro Cultural Herdeiros de Zumbi de Ijuí, Cláudia Prado da Rosa, ressalta, “Meus antecedentes vieram escravizados, durante muitos anos, cerca de 300 anos foram forçados a trabalhar, com maus tratos, sem as mínimas condições de saúde, de higiene, de alimentação, de moradia, sem nada. A partir de 1888 quando foi abolida a escravidão, lembrando que nesta época muitos já estavam libertos, foi um processo político, pois o Brasil foi o último país a liberar os escravos. Saímos da senzala para a sarjeta, por que não tínhamos as mínimas condições, a nós foi negado o direito ao estudo, a ausência de moradia, as condições dignas de sobrevivência.”
A falta de oportunidade reflete os dias atuais, onde apesar de constituírem 55,8% da população, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a representatividade no mercado de trabalho ainda é baixa.
No quesito representatividade feminina Cláudia salienta, “somos duplamente discriminadas, pelo gênero em sermos mulheres e pela raça, pela cor da pele”. Ressalta ainda as duas vertentes do feminismo, onde enquanto as mulheres brancas lutavam para pôr igualdade de direitos, de trabalho. As mulheres negras sempre trabalharam desde a época que eram escravizadas até depois, então elas não precisavam, muitas delas sustentaram sozinhas suas famílias, aliás, como fazem até os dias atuais.
O Movimento Negro Unificado é atuante no Brasil e corresponde aos movimentos sociais com personalidades engajadas. Como resultado desses movimentos a Lei 12.711/12 e a Lei 12.990/14, popularmente conhecidas como Leis de Cotas. A primeira prevê a reserva de 50% das vagas em cursos de universidades e institutos federais para estudantes de escola pública e estudantes que se autodeclararem pretos, pardos ou indígenas. A segunda prevê a reserva de 20% das vagas ofertadas em editais de concursos públicos federais para pretos, pardos e indígenas. E a também sancionada, lei Lei 7.716/89, popularmente conhecida como Lei Caó, que prevê detenção de um a cinco anos para crimes resultantes de preconceitos de raça ou cor.
Apoio da Unijuí e Prefeitura Municipal de Ijuí e IOV – Organização Internacional de Folclore

PARCEIRO: CIOFF – International Council of Organizations of Folklore e Artes Populares e Comissão Gaúcha de Folclore Planejamento e Direção: Impacto Desenvolvimento Cultural Financiamento da PRÓ-CULTURA RS – GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Realização do GOVERNO FEDERAL, PÁTRIA AMADA BRASIL.

Por Susan Pereira, acadêmica do curso de Jornalismo da Unijuí.