Sepé era um índio valente e bom, que lutou contra os estrangeiros para defender a terra das Missões. Ele era predestinado por Deus e São Miguel, nasceu com um lunar na testa. Nas noites escuras ou em pleno combate, o lunar de Sepé brilhava, guiando seus soldados missioneiros. Em 1750, Portugal e Espanha haviam assinado o Tratado de Madri, implicando na troca entre si das Missões pela Colônia de Sacramento. Com isso, cerca de 50 mil índios deveriam deixar as terras de seus ancestrais, onde, em meio a igrejas e fazendas exerciam a pecuária e a agricultura. Enquanto os jesuítas buscavam revogar o Tratado de Madri, os enviados dos reis de Portugal e Espanha começaram o trabalho de demarcação. Em um cenário rio-grandense de lutas e conquistas, surgiu Sepé. Junto dos Guarani, ele impedia a entrada da comitiva em suas terras – daí sua declaração famosa: – Esta terra tem dono! A Guerra Guaranítica, uniu portugueses e espanhóis contra os índios missioneiros e os padres jesuítas. O lunar do moço índio brilhou de dia também. Diante de armas luso-brasileiras e espanholas, apesar de toda a luta, Sepé Tiarajú pereceu junto de 1500 Guarani na batalha do Caiboaté. Quando ele morreu, vencido pelas armas e o número de portugueses e espanhóis, Deus Nosso Senhor retirou de sua testa o lunar, e colocou no céu do pampa para ser o guia de todos os gaúchos. Este guia é o Cruzeiro do Sul. Sepé Tiarajú é considerado um santo popular brasileiro e declarado “herói guarani missioneiro rio-grandense” pela Lei nº 12.366.